quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Amistar - Parte II

Para além da exclusividade do uso da cor preta, cada um deste elementos possuía um objecto sagrado: o Santo Dragaal (o cubo misterioso). A sua função era descoberta numa cerimónia muito especial, Namistar.
Nesta ocasião, o Sharan ancorava a energia da Deusa-Mãe, que explicava ao novo elemento, a utilização do Santo Dragaal.
​Única mensagem que consegui descobrir foi a dirigida ao guerreiro:
​“Neste dia de celebração é-te concedido, Bushi, o Santo Dragaal.
É um objecto feito do que é mais puro e cristalino na Terra.
​Confio-te a missão de protegeres o teu povo e sempre que a dúvida se cruzar no teu caminho, lança-o. A gravura que te sair, é aquela que deves seguir.
​Quando for a imagem de um dos Deuses, este se apresentará perante ti. No caso do símbolo de chuí, terás que deixar a energia do universo purificar-te e, na imagem dos 9 anciões, o melhor a fazeres é reunires-te a estes e à sua sabedoria.

​O momento mais importante será quando sair-te o Mosteiro de Harém, aí terás que te refugiar nele durante dez dias.

​Agora, meu filho, lança o dado para ver o que te espera na tua nova jornada”
​O guerreiro lançou o cubo e saiu pela primeira vez, na história dos Amistar, o Mosteiro de Harém.
Sem saber a sua localização, perguntou à Deusa-Mãe e a sua resposta foi outro desafio:
​“Terás que deixar o Caminho mostrar-te o Caminho. Silencia a tua mente inquieta e segue o som dos sinos de Harém.”
​Sem mais pistas, Bushi, abandonou o seu lar à procura do desconhecido.

No tempo em que esteve ausente, o seu povo foi dominado por forças inimigas e mergulhado no esquecimento. O guerreiro era o último a saber a verdade de Amistar e do Santo Dragaal.

​Para descobrir o que fazer a seguir, escondeu-se numa gruta, onde meditou por 10 dias.
No início foi dominado pelos pensamentos de culpa por não ter estado presente junto do seu povo e só no sétimo dia conseguiu silenciar a sua mente, sentir a sua essência. Descobriu muito acerca de si e no décimo dia, começou a ouvir sinos, os sinos de Harém.
​O lugar sagrado do Mosteiro não era mais longe do que o seu coração, ao encontra-lo, apareceram os três Deuses. Felicitaram-lhe pela bravura e explicaram o que aconteceu aos Amistar.

​Ao serem mergulhados no esquecimento, estavam privados da protecção da Deusa-Mãe e viverão no desespero da dúvida do que existe para além dos limites do céu. Na ausência de Karanda, viverão na eterna luta entre a Luz e a Sombra, sem saber que o equilíbrio está na junção dos dois e, sem Jamirá, irão morrer e renascer sem nunca se lembrarem de quem são.

​A missão de Bushi era registar a história do seu povo naquela gruta, para Amistar e o Santo Dragaal não caírem também no esquecimento. E as suas última palavras foram:
“ Que a Luz nos salve, nos traga de volta a memória, irmãos!”



- Exercício para uma cadeira de Antropologia

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