quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Amistar - Parte I

Numa das minhas viagens ao Nepal descobri um pequeno objecto, bastante curioso.
Era um cubo com gravuras diferentes em cada uma das faces e de arestas polidas. Perguntei aos habitantes se sabiam a utilidade daquele objecto, mas nenhum soube responder. A única pista que obtive foi que havia uma gruta, nas montanhas, onde existiam desenhos bastante semelhantes ao do cubo.
Demorei poucas semanas a encontrar o local, mas demorei parte da minha vida a descodificar o que encontrei.
A história é de um povo, há muito extinto, de nome Amistar que vivia em Taharan.
Era uma civilização que vivia em harmonia com a Terra e os seus Deuses, até que aconteceu uma grande desgraça.
Para entender os Deuses em que acreditavam é preciso ter em mente duas das suas características mais importantes: a questão das cores e da dualidade. Para os Amistar cada cor significava algo, ao mistura-las geravam novos conceitos e não havia distinção entre Deus e o Diabo, ambos coexistiam em equilíbrio, na Divindade.

A Deusa-Mãe, Quadanarí, era desenhada a verde, pois era a mistura do azul (Terra) e o amarelo (Sol).

Kanadar, Deus da Sombra e da Luz, era a aliança perfeita entre estes dois opostos, que ao completarem-se são tão essenciais para viver quanto o sangue. O que deu origem à sua cor: o vermelho.
O mais interessante era Jamirá, o Deus da Vida e da Morte, que por representar o ciclo onde tudo acontece, era pintado a negro. A cor mais importante para esta civilização, pois é o produto de tudo o que existe, de todos os elementos e cores.

O preto era usado apenas pela hierarquia mais alta:

A rainha, a responsável por manter a ordem, que tratava os assuntos mais importantes.
O rei, o embaixador, representava os Amistar em qualquer parte do universo.
Sharan, o ancião mais velho, era o braço direito da rainha e o líder dos 9 anciões.
Shaí, o curandeiro-mor, curava e ensinava técnicas de cura.
Bushi, o guerreiro, defendia e disciplinava o corpo e a mente dos seus soldados.

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